Vereador Edinho Guedes
questiona ato de fundação de Jacareí
O vereador Edinho
Guedes (PMDB) protocolou um requerimento destinado à CODEPAC –
Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Município de Jacareí
solicitando estudo sobre a titularidade do ato de fundação de
Jacareí.
Segundo o vereador, pela falta de um estudo mais detalhado um grave
erro histórico foi cometido no passado, debitando incorretamente a
Antonio Afonso o mérito de fundação da cidade.
“O emérito historiador local, Doutor Benedicto Sérgio Lencioni, já
constatou em seus competentes estudos que o verdadeiro fundador de
Jacareí, de fato, foi o Capitão-Mor Diogo de Fontes”, afirma o
vereador.
Essa informação também se baseia na Ata de Elevação de Jacareí de
Povoado a Vila, cedida pelo Arquivo do Estado de São Paulo, na qual
se registra a fundação em 22 de novembro de 1653 e não 1652, ano que
a cidade erroneamente também utiliza como referência para a contagem
da sua idade, merecendo o devido reparo.
Também é possível reforçar cientificamente o dado, através da
pesquisadora Nice Le Coq Muller que embasou um novo estudo e do
ilustre historiador Sérgio Buarque de Hollanda, que da mesma forma
chegaram à conclusão de que o Capitão-Mor Diogo de Fontes é de fato
o fundador da cidade.
“As pesquisas históricas apontam Antonio Afonso como apenas o
proprietário da Sesmaria, doada pela Coroa Portuguesa, na qual,
dentre muitas outras cidades, também constava Jacareí. Porém, não há
nenhum registro documental que prove sequer a estadia ou passagem de
Antonio Afonso e sua família em nossas terras”, justifica o
vereador.
De acordo com registros que constam a presença de Antonio Afonso e
sua prole na fundação de um centro urbano, isso acontece na cidade
litorânea de Florianópolis – Santa Catarina.
Por falta de uma pesquisa mais profunda, por décadas o vereador
afirma que a história de Jacareí é contada de forma equivocada. “Em
termos de contos populares não haveria problema, porém tal equívoco
foi absorvido pelo Poder Público ao legislar sobre seus símbolos
municipais”, destaca Edinho.
Na primeira frase da letra do Hino Municipal consta: “Antonio
Afonso, homem eterno, o fundador, o pai, o herói”. Além disso, com
base nesta crença infundada, compõe-se o Brasão Municipal com escudo
da Família dos Afonsos (Leão), que também foi inserido ao centro da
Bandeira Municipal.
As simbologias foram regulamentadas na década de 50 e 60,
historicamente recentes e atendem pelas Leis Municipais n.º
1.252/1969 e n.º 226/1952, época em que tais estudos não existiam.
“É necessário que se faça nova reflexão, bem como efetiva correção
de tais símbolos municipais, em respeito aos verdadeiros semeadores
da nossa história”, solicita o vereador. |