Tomaram posse na noite da última terça-feira (4), no Plenário da Câmara Municipal de Jacareí, 13 conselheiras do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, entre elas a psicóloga Erika Lopes de Campos Faria, eleita presidente do órgão.

Participaram do encontro o prefeito Hamilton Ribeiro Mota, a secretária de Assistência Social do Município, Vera Lino, e os vereadores Antonele Marmo, Rose Gaspar e José Francisco, do PT, e Ana Lino, do PMDB.

A solenidade também contou com a presença da jornalista Rose Nogueira, presa pela ditadura militar em 4 de novembro de 1969, e integrante, desde o ano 2000, do Grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo, do qual é a atual presidente. Natural de Jacareí, Rose emocionou os presentes com seu depoimento sobre o período em que foi presa e torturada pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, o extinto Deops, conhecida como a polícia da Ditadura Militar.

“Neste momento, com a criação do conselho, o que estou vendo é a vitória das mulheres, a vitória do direito de resistência contra a tirania”, disse a jornalista.

Para a vereadora Rose Gaspar, a luta pela defesa das mulheres é uma luta muito maior do que a defesa de apenas um gênero. “Há 14 anos venho pedindo, por meio de indicações, a criação deste Conselho, porque acredito que defender as mulheres é também a defesa dos homens, das crianças. É a defesa de toda a sociedade”, disse a vereadora.

Já a vereadora Ana Lino lembrou que o conselho não atuará somente no combate à violência contra o gênero, ele também vai tratar de temas como a luta pela equidade salarial e pela participação política. “Como mulher, sinto como se agora tivéssemos uma mão protetora sobre nós. O conselho é a segurança que todas as mulheres de Jacareí esperavam”, declarou.

Para o prefeito Hamilton Mota, a solenidade foi um momento histórico para a cidade, que agora conta com mais um mecanismo de proteção à mulher. “[A posse do conselho] significa mais um passo da luta de tantas mulheres pelos seus direitos. A igualdade entre nós pressupõe a luta pela verdadeira liberdade”, disse o prefeito.

Conselho

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, vinculado à Secretaria de Assistência Social, formula diretrizes, programas e políticas públicas relacionadas à promoção da melhoria das condições de vida das mulheres e a eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mesmas, assegurando-as plena participação e igualdade nas esferas político, econômico, social, cultural e jurídico.

Violência contra a mulher

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), sete em cada dez mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. No Brasil, cuja população é 52% feminina, a violência mata 4,4 em cada 100 mil mulheres, número que coloca o país no 7º lugar do ranking mundial de países nesse tipo de crime.

Todos os dias, 15 mulheres são mortas violentamente no país, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2013, o que significa 472 mortes por mês ou 5.664 por ano.

Legenda – Treze das 18 conselheiras do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher tomaram posse na noite de terça-feira, no Plenário da Câmara
Crédito – Assessoria de Comunicação/CMJ