TEM QUE SER PELA EDUCAÇÃO

 

*Laudelino Amorim é vereador em Jacareí

 

No domingo, 2 de maio, poucos sabem ou menos ainda se recordam, que se completam 13 anos da partida de Paulo Regulus Neves Freire, o conhecido educador e filósofo Paulo Freire. Durante sua vida, destacou-se pelo trabalho na área da educação popular voltada para a escolarização como formação da consciência crítica. É considerado um dos educadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado de pedagogia crítica.

Foi no dia 2 de maio de 1997 que partiu aquele que provocou todos os envolvidos em uma educação libertadora, a colocar a mão na massa e reconstruir uma história diferente e inclusiva a partir da educação.

Conforme relato de sua origem, Freire passou fome na sua infância. A situação de pobreza o levou a pensar uma educação revolucionária e que respeitasse também os pobres.

Foi uma inspiração para os professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo sofreu perseguição do regime militar no Brasil.

O espaço deste artigo não é suficiente para registrar as grandiosas obras e conquistas na trajetória de vida deste educador que conseguiu ensinar 300 adultos a ler e escrever em 45 dias no Rio Grande do Norte, em 1963.

A data de 2 de maio, que marca o fim de sua presença junto de nós, tem que ser mais um momento de provocação, para uma mudança nas postura dos envolvidos, de forma particular dos responsáveis pelas políticas públicas de Educação.

O tema é bastante complexo, mas temos sempre de trazê-lo à tona. A velha tese de escolas cheias e cadeias vazias infelizmente não teve êxito, pois as escolas estão cheias, mas as cadeias também. O modelo pedagógico tem que ser sempre o de construir homens para moldar uma sociedade harmônica, não para se adequar a modelos existentes que excluem cada vez mais e tornam a vida uma constante competição, que tem como lema a máxima do “quem pode mais chora menos”.

Pela experiência vivida como vereador percebo que continuaremos a fazer constantes discursos, se não tivermos a coragem de mostrar caminhos e mudar a prática nas relações com os munícipes. Pois muitas atitudes por parte da população correspondem a uma questão cultural de não entender de seus próprios direitos e como conquistá-los. Em um ano de eleições temos que ficar atentos com as propostas, pois infelizmente contamos com políticos que preferem que o povo continue a não saber de nada. Por isso, que Paulo Freire nos ajude a ter coragem de fazer diferente, tratando todos como construtores de sua própria história e não simples depósitos de informações de sistemas opressores.

Muitas iniciativas nos chamam à responsabilidade de não apenas atirar pedras, mas problematizar as questões, sempre com o objetivo de construir e trabalhar por uma sociedade melhor que com certeza, só pode ser pela educação.