Artigo

 

 

Nem negligência nem conivência, mas sim prudência

 

Também considero os membros das Sociedades Amigos de Bairros os agentes mais importantes no tecido político da cidade, porém sujeitos à sabotagem pela maioria dos titulares de cargos, que se sente ameaçada com a força destes líderes, principalmente, quando percebe a possibilidade de eles serem contemplados no pleito eleitoral e destronarem os dinossauros do Poder.

 

Quando as reivindicações são atendidas sempre há um político de carreira que se alvoroça como ‘pai da criança’, mas quando os problemas não são resolvidos, e me parece que esta é a regra em nossa cidade, são responsabilizadas sempre as esferas mais altas e distantes do Poder Público. É frequente ouvirmos nos discursos dos políticos profissionais do nosso município expressões que os isentam de todo e qualquer compromisso tais como: a falta de emendas dos Deputados e das indicações não atendidas pelo Governador do Estado ou Presidente da República.

 

Quando há conquistas alcançadas pouco ou nenhum mérito é atribuído aos Presidentes das SABs, mas quando os problemas persistem quem primeiro ouve as queixas dos moradores são eles e precisam administrar com grande maestria a hostilidade de seus vizinhos e, às vezes, a vizinhança é barra pesada.

 

Por ter o problema à sua porta, o Presidente da SAB não se pode dar o luxo de se omitir e quando o assunto é segurança muito menos. Quando as SABs não  participam do CONSEG (Conselho de Segurança) não é por negligência nem por conivência, mas sim por prudência, porque as autoridades sem um planejamento eficiente para reduzir os delitos e a violência se limitam a intensificar rondas policiais e cabe sempre ao Presidente da SAB carregar nas costas a condição de “cagueta” e “dedo-duro” da história.

 

Aonde quero chegar: são os filhos dos membros da SAB que brincam na rua e com medo de represálias acabam sendo privados desta liberdade, também são as esposas que se privarão do convívio do ar fresco, no início da noite, das “casas simples com a cadeira na calçada e na fachada escrita em cima que é um lar” devido às intimidações.

 

Quem assume uma entidade como o CONSEG precisa ter consciência dos medos da população e perceber que poderá contribuir muito com a Sociedade se não transferir a culpa para as vítimas, porque para isso basta a maioria das autoridades omissas e de muitos políticos remunerados.

 

 

Dario Burro (DEM)

Vereador Jacareí